Liturgia Dominical
2025-11-01
Sábado da semana XXX
TODOS OS SANTOS – SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.
L 1 Ap 7, 2-4. 9-14; Sl 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6
L 2 1Jo 3, 1-3
Ev Mt 5, 1-12a
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
Santo
Todos os Santos
Nota Histórica
Solenidade de Todos os Santos que estão com Cristo na glória. Na mesma celebração festiva, a santa Igreja, ainda peregrina sobre a terra, venera a memória daqueles cuja companhia alegra os céus, para que se estimule com o seu exemplo, se conforte com a sua proteção e, com eles, receba a coroa do triunfo, na visão eterna da divina majestade.
Missa
Antífona de entrada
Exultemos de alegria no Senhor,
celebrando este dia de festa em honra de Todos os Santos.
Nesta solenidade alegram-se os anjos e cantam louvores ao Filho de Deus.
Diz-se o Glória.
Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que nos concedeis a graça de honrar, numa única solenidade,
os méritos de todos os vossos santos,
dignai-Vos derramar sobre nós,
em atenção a tão numerosos intercessores,
a desejada abundância da vossa misericórdia.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Ap 7, 2-4.9-14
«Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas»
Leitura do Apocalipse de São João
Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente,
trazendo o selo do Deus vivo.
Ele clamou em alta voz
aos quatro Anjos a quem foi dado o poder
de causar dano à terra e ao mar:
«Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores,
até que tenhamos marcado na fronte
os servos do nosso Deus».
E ouvi o número dos que foram marcados:
cento e quarenta e quatro mil,
de todas as tribos dos filhos de Israel.
Depois disto, vi uma multidão imensa,
que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas.
Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro,
vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão.
E clamavam em alta voz:
«A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono,
e ao Cordeiro».
Todos os Anjos formavam círculo
em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos.
Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra,
e adoraram a Deus, dizendo:
«Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e a ação de graças,
a honra, o poder e a força
ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!».
Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me:
«Esses que estão vestidos de túnicas brancas,
quem são e de onde vieram?».
Eu respondi-lhe:
«Meu Senhor, vós é que o sabeis».
Ele disse-me:
«São os que vieram da grande tribulação,
os que lavaram as túnicas
e as branquearam no sangue do Cordeiro».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)
Refrão: Esta é a geração dos que procuram o Senhor.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.
LEITURA II 1 Jo 3, 1-3
«Veremos a Deus tal como Ele é»
Leitura da Primeira Epístola de São João
Caríssimos:
Vede que admirável amor o Pai nos consagrou
em nos chamar filhos de Deus.
E somo-lo de facto.
Se o mundo não nos conhece,
é porque não O conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus
e ainda não se manifestou o que havemos de ser.
Mas sabemos que, na altura em que se manifestar,
seremos semelhantes a Deus,
porque O veremos tal como Ele é.
Todo aquele que tem n’Ele esta esperança
purifica-se a si mesmo,
para ser puro, como Ele é puro.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 11, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vinde a Mim, vós todos os que andais cansados
e oprimidos
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Mt 5, 1-12a
«Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se.
Rodearam-n’O os discípulos
e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os humildes,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa,
vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
Oração sobre as oblatas
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vos apresentamos em honra de todos os santos,
para que sejam solícitos pela nossa salvação
os que acreditamos já seguros da sua imortalidade.
Por Cristo nosso Senhor.
PREFÁCIO A glória da nova Jerusalém, nossa mãe
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Hoje nos dais a alegria de celebrar a cidade santa,
a nossa mãe, a Jerusalém celeste,
onde a assembleia dos santos, nossos irmãos,
glorifica eternamente o vosso nome.
Peregrinos dessa cidade santa,
para ela caminhamos na fé e na alegria,
ao vermos glorificados os ilustres membros da Igreja,
que nos destes como exemplo e auxílio
para a nossa fragilidade.
Por isso, com os anjos e todos os santos,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Antífona da comunhão Mt 5, 8-10
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os perseguidos por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Oração depois da comunhão
Nós Vos adoramos, Senhor nosso Deus,
admirável e único santo em todos os vossos santos,
e Vos pedimos a graça da santificação na plenitude do vosso amor
para passarmos desta mesa de peregrinos ao banquete da pátria celeste.
Por Cristo nosso Senhor.
Pode utilizar-se a fórmula de bênção solene.
Liturgia das Horas
Dos Sermões de São Bernardo, abade
(Sermo 2: Opera omnia, Ed. Cisterc. 5[1968], 364-368 (Sec. XII)
Corramos para os irmãos que nos esperam
Que aproveitam aos Santos o nosso louvor, a nossa glorificação e até esta mesma solenidade? Para quê tributar honras terrenas a quem o Pai celeste glorifica, segundo a promessa verdadeira do Filho? De que lhes servem os nossos pane-gíricos? Os Santos não precisam das nossas honras e nada podemos oferecer lhes com a nossa devoção. Realmente, venerar a sua memória interessa nos a nós e não a eles.
Por mim, confesso, com esta evocação sinto me inflamado por um anelo veemente.
O primeiro desejo que a recordação dos Santos excita ou aumenta em nós é o de gozar da sua amável companhia, de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem aventurados, de sermos integrados na assembleia dos Patriarcas, na falange dos Profetas, no senado dos Apóstolos, no inumerável exército dos Mártires, na comunidade dos Confessores, nos coros das Virgens; enfim, de nos reunirmos e nos alegrarmos na comunhão de todos os Santos.
Aguarda nos aquela Igreja dos primogénitos e nós ficamos insensíveis; desejam os Santos a nossa companhia e nós pouco nos importamos; esperam nos os justos e nós parecemos indiferentes.
Despertemos, finalmente, irmãos. Ressuscitemos com Cristo, procuremos as coisas do alto, saboreemos as coisas do alto. Desejemos os que nos desejam, corramos para os que nos aguardam, preparemo nos com as aspirações da nossa alma para entrar na presença daqueles que nos esperam. Não devemos apenas desejar a companhia dos Santos, mas também a sua felicidade, ambicionando com fervorosa diligência a glória daqueles por cuja presença suspiramos. Na verdade, esta ambição não é perniciosa, nem o desejo de tal glória é de modo algum perigoso.
Ao comemorarmos os Santos, um segundo desejo se inflama em nós: que, tal como a eles, Cristo, nossa vida, Se nos manifeste também e que nos manifestemos também nós com Ele revestidos de glória. É que de momento a nossa Cabeça revela Se nos não como é, mas como encarnou por nós, não coroada de glória, mas rodeada dos espinhos dos nossos pecados. Envergonhemo nos de sermos membros tão requintados sob uma Cabeça coroada de espinhos, à qual por agora a púrpura não proporciona honras mas afronta. Chegará o momento da vinda de Cristo; e já não se anunciará a sua morte, para sabermos que também nós estamos mortos e que a nossa vida está escondida com Ele. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela resplandecerão os membros glorificados, quando Ele transformar o nosso corpo mortal e o tornar semelhante ao corpo glorioso da Cabeça que é Ele mesmo.
Desejemos pois esta glória com total e segura ambição. Mas para podermos esperar tal glória e aspirar a tamanha felicidade, devemos desejar também ardentemente a intercessão dos Santos, a fim de nos ser concedido pelo seu patrocínio o que as nossas possibilidades não alcançam.
Martirológio
| Solenidade de Todos os Santos que estão com Cristo na glória. Na mesma celebração festiva, a santa Igreja ainda peregrina sobre a terra venera a memória daqueles cuja companhia alegra os Céus, para que se estimule com o seu exemplo, se conforte com a sua protecção e com eles receba a coroa do triunfo na visão eterna da divina majestade. |
| 2. Em Terracina, no litoral do Lácio, na actual Itália, São Cesário, mártir. |
| 3. Em Dijon, na Gália Lionense, actualmente na França, São Benigno, que é venerado como presbítero e mártir. |
| 4. Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Austremónio, bispo, que, segundo a tradição, pregou nesta cidade a palavra da salvação. |
| 5. Em Paris, na Gália Lionense, na hodierna França, São Marcelo, bispo. |
| 6*. No território de Bourges, na Aquitânia, também na hodierna França, São Rómulo, presbítero e abade. |
| 7. Em Tívoli, no Lácio, na actual Itália, São Severino, monge. |
| 8. Em Milão, na Lombardia, também na Itália, São Magno, bispo. |
| 9. Em Bayeux, na Gália Lionense, hoje na França, São Vigor, bispo, que foi discípulo de São Vedasto. |
| 10. Em Angers, na Nêustria, também na hodierna França, São Licínio, bispo, a quem o papa São Gregório Magno encomendou alguns monges destinados para a Inglaterra. |
| 11. Em Larchant, cidade do Gatinais da Aquitânia, também na França, São Maturino, presbítero. |
| 12. No território de Thérouanne, na Flandres, igualmente na hodierna França, Santo Audemaro, que, sendo discípulo de Santo Eustásio, abade de Luxeuil, foi eleito bispo dos Morinos e renovou nesta região a fé cristã. |
| 13*. Em Sansepolcro, na Úmbria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Rainério de Arezzo, religioso da Ordem dos Menores, admirável pela sua humildade, pobreza e paciência. |
| 14*. Em Lisboa, cidade de Portugal, São Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira), religioso da Ordem dos Carmelitas, cuja memória se celebra em Portugal no dia 6 de Novembro. |
| 15*. Em Shimabara, no Japão, os beatos Pedro Paulo Navarro, presbítero, Dionísio Fujishima e Pedro Onizuka Sandayu, religiosos da Companhia de Jesus, e Clemente Kyuemon, mártires, que foram lançados na fogueira em ódio à fé cristã. |
| 16. Em Hai Duong, cidade do Tonquim, hoje Vietnam, os santos mártires Jerónimo Hermosilla e Valentim Bérrio Ochoa, bispos, e Pedro Almató Ribeira, presbítero, da Ordem dos Pregadores, que foram decapitados por ordem do imperador Tu Duc. |
| 17*. Em Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Ruperto Mayer, presbítero da Companhia de Jesus, zelosíssimo guia dos fiéis, grande protector dos pobres e dos operários e eminente pregador da palavra de Deus, que, perseguido pelo nefando regime nazi, foi deportado para um campo de concentração e depois internado num mosteiro, privado de toda a comunicação com os fiéis. |
| 18*. Em Mukacevo, cidade da Ucrânia, o Beato Teodoro Jorge Romzsa, bispo e mártir, que, em tempo de perseguição contra a fé cristã, pela sua indefectível fidelidade à Igreja mereceu alcançar a palma gloriosa. |
